Primeiro de Março 2025
Do inacreditável ao acreditável! Como assim?
Do Inacreditável ao Acreditável! Como assim?
O maior e melhor encontro de ativistas pelo Clima aconteceu em São Paulo, agora em fevereiro. O Encontro do Observatório do Clima, hoje com mais de 130 organizações sérias e atuantes, levantou os principiais desafios para o Brasil. A participação, a maior desde a fundação do Observatório do Clima (2002), contou com 240 pessoas entre representantes das entidades e convidados especiais.
“Em meio à terceira onda de calor do ano, que atingiu a sede do encontro e mais dez estados brasileiros, a principal rede da sociedade brasileira sobre mudança do clima discutiu os desafios da agenda e a atuação do OC em 2025. Entre os principais temas abordados, a preparação para a COP30, Conferência do Clima da ONU que será realizada em novembro, em Belém (PA), o impasse das negociações climáticas, a agenda política nacional e o engajamento da sociedade para ampliação do debate sobre a emergência climática.”
Em dois dias pudemos entrar profundamente nos temas dos mais diversos aos mais relevantes para trabalhar esse ano. Esse coletivo é surpreendente! Foram momentos, para mim, de muita troca, aprendizagens e principalmente de engajamento.
https://oc.eco.br/encontro-do-observatorio-do-clima-reune-mais-de-100-organizacoes/
Enquanto isso temos as loucuras que assistimos diariamente, praticamente incrédulos de que tudo isso está emergindo porque já existiam crenças e valores adormecidos que estavam abafados sob um manto de clandestinidade do que é ser… Ser Humano! Essa crise civilizatória precisa de um novo modelo existencial e não vejo outro. Voltarmos a nos tornar um! Um com a Natureza, um com Nós mesmos, um com a Espiritualidade, um com a Luz e principalmente UM com o AMOR. Só isso…
Com isso, gostaria de voltar, ao meu tema dos textos anteriores, escrevi:
“Acreditamos no que pensamos saber, acreditamos no que sabemos que não sabemos, acreditamos no que se convencionou acreditar, acreditamos, sem o menor constrangimento, no inacreditável.”
Quando compramos uma narrativa, nosso cérebro funciona a favor dessa crença e as cognições agem para confirmá-las.
Nada melhor que do que nos questionarmos, apenas questionarmos nossas crenças. Não precisamos fazer nada, só nos observar. Apenas observar!
Para dar um exemplo, simples, de um episódio que abalou o mundo nesses últimos 5 anos em que a narrativa vendida foi ingenuamente comprada pela grande maioria da população. E apesar de hoje, estar completamente comprovada a criação e manipulação dessa ficção, ainda tem gente acreditando nela e chamando de teoria da conspiração o que foi revelado. O mais incrível é perceber como podemos, coletivamente, acreditar no inacreditável apenas pela construção de uma narrativa desenhada para nos enganar. E ao invés de buscarmos evidências e questionarmos nossas crenças para sustentar o que acreditamos, fazemos o contrário: não questionamos e buscamos evidências para corroborar com nossa ficção. Isso nos deixa, obviamente, polarizados no certo ou errado sem brechas para questionarmos as milhares de nuances que uma verdade carrega. Quando as evidências contradizem o que acreditamos geramos uma dissonância cognitiva (conflito entre o que pensamos, sentimos e agimos) para rotulá-la com uma legenda que nos possibilita ignora-la. Sofisticado, né? Muito sofisticado!
O exemplo em questão é a origem do Coronavírus (SARS-CoV2). Só de ler essa frase o nosso sistema cognitivo já processa uma série de crenças e valores sobre o assunto e os deixa de plantão para receber o que vem pela frente. Praticamente impossível nos afastar de todos esses filtros que correm para manter o que acreditamos. Eles são guardiões do nosso pseudo saber e, portanto, sabotadores de qualquer intruso que tente alguma disrupção indesejada.
Vamos lá, não sei em que pé você está em relação as comprovações de que o vírus foi criado artificialmente, por nós humanos, em um laboratório da China em Wuhan. Esteja onde estiver, lembre-se que os seus sabotadores já estão ativamente em funcionamento e talvez nem lhe permitam avançar aqui no texto.
Pense um pouco comigo de maneira leve e descontraída, será apenas um exercício de imaginação, depois você volta a sua zona de conforto.
Quando o alarme começou a ser dado sobre uma segunda versão do vírus, em dezembro de 2019, nada em mim se levantou como preocupação. Janeiro de 2020, nada me parecia ainda anormal no andamento desses vírus, geograficamente longe de mim. Foi só em fevereiro com o cancelamento da minha viagem para o México para o encontro do World Sustainable Development Forum (WSDF 2020) que comecei a prestar um pouco mais de atenção ao que ainda não me alarmava. Fiquei agarrado em algumas histórias como a do navio Diamond Princess que tinha sido isolado e proibidos de desembarcar. Porém março, para mim e a maioria do planeta foi uma revolução e estávamos entrando num terreno completamente desconhecido em tão pouco tempo. Aquele mês pareceu um ano de contínuos acontecimentos inacreditáveis. Diariamente éramos convocados a rever nossos paradigmas e fazer escolhas no que e quem acreditar. Lembro de dois bons textos, do Otto Scharmer e do Charles Eisenstein, que me ajudaram a buscar as primeiras fundações para o que estava acontecendo.
Provavelmente todos nós lembramos bem o que foi aquele março de 2020. Foi por ali que começamos a comprar as ideias do que estaria por vir nos meses e anos seguintes e que ainda carregamos fortemente dentro de nós.
De tantos pontos que envolveram a pandemia, destaco apenas um como ponto para reflexão. Fiz esse retorno rápido, de 5 anos, para aquecer esse exercício.
De onde veio o vírus?
Logo nas primeiras informações parecia óbvio que teria escapado do laboratório de pesquisas do Coronavírus em Wuhan (China), principalmente pelo alto grau de desenvolvimento do tal vírus que, segundo os cientistas especializados, levariam muitas mutações para chegar naturalmente a esse grau de sofisticação.
Hoje se sabe que foi exatamente o que aconteceu.
O ponto importante para nosso exercício arqueológico em nosso modelo mental do acreditar é entender como foi possível comprarmos a ficção de que o vírus foi transmitido por um animal exótico comido no mercado de Wuhan e que o laboratório (especializado em estudar esse vírus) nada tinha a ver com essa extraordinária coincidência geográfica. Mais ainda, se você se atrevesse a acreditar no mais óbvio, seria publicamente ridicularizado e tratado como alguém que acredita em teorias da conspiração.
Ao ter lido o parágrafo acima você pode ter se confrontado com as lembranças de suas crenças na época, junto com a jornada que o levaram a acreditar no que acredita hoje. Dependendo de como, cada um, comprou essa ficção repousa o antídoto da reparação interna. Se fomos um dos ferrenhos defensores de que um morcego ou um pangolim, numa feira nojenta da China, transmitiu para um humano, o que viria a ser o fechamento socioeconômico no planeta… as nossas dissonâncias cognitivas tiveram que trabalhar muito para nos manter nessa farsa e talvez ainda tenha resquícios mesmo diante de todas as evidências do contrário. Para cada um de nós, quando surgem as dissonâncias cognitivas, reagimos de uma maneira diferente dependendo da gravidade de conflito interno que nos causa e o grau de importância daquele “acreditar”. Simples, se o que somos depende do que acreditamos, algumas crenças são os fundamentos, os pilares, do que acreditamos ser.
No caso da pergunta: de onde veio o vírus?
Nossos mecanismos de defesa do que acreditamos criam salvaguardas para evitarmos o conflito interno. Alguns pensamentos possíveis podem emergir:
Isso realmente importa? E deixamos para lá esse assunto.
Essa é uma discussão política entre direita e esquerda. Não vou me contaminar com essas mentiras.
Já foi mais do que provado, por que vira e mexe alguém volta a falar disso? E dou as costas para as evidências.
Se fosse verdade, seria um escândalo tão grande que já teria aparecido no começo.
E por aí vai…
Em que fontes estávamos bebendo as informações que recebíamos? Estávamos acompanhando as mídias tradicionais, as mídias sociais, as redes sociais, conversas informais e nos nossos grupos fechados.
Sobre as informações da pergunta “De onde veio o Vírus?” uma rápida busca na internet você vai encontrar dezenas de reportagem confiáveis sobre esse assunto. Um documentário recente, que reúne uma boa parte dessas descobertas é o “Thank you, Dr. Fauci” (2024) dirigido pelo Jenner Furst (tydfmovie.com).
Novamente, esse pequeno exemplo de tantas outras polêmicas que foram gerados durante a pandemia é só para exemplificar o que ocorre cognitivamente com o nosso ACREDITAR.
E se resolvermos, voluntariamente, nos abrirmos para rever o nosso tão importante acreditar no que acreditamos. Se fizéssemos um passeio leve e descontraído pelas coisas mais simples que acreditamos apenas para exercitar um pouco de abertura. Um pouco de generosidade conosco mesmo. Deixar entrar uma fresta de ar fresco e respirarmos mais profundamente para nos permitir apenas ser.
Ainda bem que acreditamos no que está invisível aos nossos sentidos, senão nem sobreviveríamos. Ainda bem que acreditamos no que sabemos que não sabemos porque isso nos permite aprender com os outros, ao mesmo tempo precisamos estar atentos para lembrar que foram crenças adquiriras pelos saberes de outros, que por qualquer motivo, demos crédito. Seriam passíveis de revisões constantes diante de outros saberes que viéssemos a ter acesso. Devemos nos perguntar quais os mecanismos de retenção de nossas crenças que nos faz protegê-las como se fossem verdades absolutas. A importância não está nas crenças em si e sim nos resultados que elas geram. Nossos pensamentos, sentimentos e ações dependem exclusivamente das cognições que fazemos com o que acreditamos. Simplesmente o Viver a nossa Vida estão baseadas nelas. O nosso acreditar geram o roteiro, o script, que criamos para nossa Vida. Simples assim! Você acredita?